segunda-feira, 10 de maio de 2010

Entrevista ao Presidente da Junta de Freguesia do Cadafaz

 
O presidente da Junta de Freguesia de Cadafaz, Casimiro Vicente, considera que, as maiores necessidades da freguesia prendem-se com os sectores: social, turístico e das infra-estruturas de apoio à freguesia.
Numa freguesia com “cerca de 300 habitantes dos quais, aproximadamente 12% apresentam uma faixa etária inferior a 25 anos”, o presidente entende que “o Cadafaz tem grandes potencialidades Comerciais, Industriais e Agrícolas que podem garantir aos seus habitantes estabilidade financeira”.
Optimista no que se refere ao futuro, acredita que podem ser “criadas infra-estruturas possibilitando ter “uma freguesia modelo”.

Jornal O VARZEENSE (Varz.) – O que o levou a candidatar-se a presidente de Junta da freguesia de Cadafaz?
Casimiro Vicente (CV) – A razão da minha recandidatura resume-se simplesmente ao slogan usado no meu último manifesto eleitoral: “Mais importante é fazer que prometer!”. Como é do conhecimento do povo da minha freguesia, no manifesto anterior planeei alguns projectos, que iniciei mas não conclui, por várias razões, entre elas a crise económica. Por tal motivo, não ficaria de consciência tranquila ao virar as costas às referidas obras e consequentemente ao povo da freguesia, sem tentar levar o barco a bom porto. Espero concluir as referidas obras e continuar a projectar outras que mais à frente falarei. Sendo estes os meus motivos teria mesmo que me recandidatar.

Varz. – No seu entender, quais as obras de maior relevância que foram feitas nos últimos anos? Houve alguma que se arrependesse da forma como foi feita?
(CV) – Todas as obras realizadas tiveram a sua relevância, pois, por mais insignificantes que pareçam, contribuíram para melhorar o bem-estar e a qualidade de vidas dos residentes das várias aldeias, visto ser esse o nosso objectivo e não a construção de obras com grandes fachadas sem qualquer utilidade para os habitantes. Arrependimentos da forma como foram feitos? Sim tenho, pois gostaria que algumas delas ficassem mais completas e perfeitas, mas por causa de problemas monetários, ficaram aquém do nosso objectivo e sujeitas a críticas, por vezes sem fundamento ou falta de conhecimento do motivo.

Varz. – Actualmente, quais as maiores necessidades da freguesia?
(CV) – Neste momento existem 3 sectores que necessitam de serem trabalhados, sectores esses que têm vindo a arrastar-se ao longo dos tempos, são eles: o sector social, o sector turístico e o sector das infra-estruturas de apoio à freguesia.

Varz. – Olhando para o futuro, quais as principais prioridades para a freguesia e quais os projectos mais relevantes que a Junta de Freguesia tem para o Cadafaz?
(CV) – Não falemos de prioridades mas sim de uma prioridade que engloba todas as outras, queremos ver os sectores anteriormente mencionados completamente desenvolvidos.

Varz. – Quantos habitantes tem a freguesia? É uma freguesia com muitos jovens?
(CV) – Tem cerca de 300 habitantes dos quais, cerca de 12% apresentam uma faixa etária inferior a 25 anos.

Varz. – O que nos tem a dizer da Confraria do cabrito e da castanha criada recentemente?
(CV) – Posso dizer que a primeira etapa já foi concluída, que foi a sua escritura pública. Neste momento estamos a trabalhar na próxima etapa, que é a constituição dos Corpos Sociais, sendo esta um pouco mais demorada, visto que queremos que as freguesias do concelho tenham igualdade representativa independentemente da localização da sede da confraria. Só assim se compreende o objectivo para que foi criada: Unir o nosso concelho gastronomicamente e dá-lo a conhecer a nível nacional ou mesmo internacional. Também é nossa intenção incluir na confraria as respectivas comissões de melhoramentos do concelho, assim como a criação de uma tocata típica.

Varz. – Na festa da freguesia, realizada em Lisboa, foi apresentado um mega projecto para a freguesia de Cadafaz. O que nos tem a dizer sobre esse projecto?
(CV) – Esse projecto já está a ser elaborado em parceria com a Câmara Municipal de Góis e esperemos que outras entidades adiram, visto ser um Projecto Colectivo de Desenvolvimento do Vale do Ceira, que depois de posto em prática criará postos de emprego e gerará riqueza natural, pois não será direccionado para uma só vertente mas sim para várias.

Varz. – E na área social, o que tem a dizer? No que se refere a apoio aos idosos entende que é uma freguesia bem apetrechada? Que medidas pensa tomar? Em que ponto se encontra o Lar da freguesia do Cadafaz?
(CV) – Devido ao facto das extensões do Centro de Saúde de Góis no Cadafaz e na Cabreira terem sido encerradas, estamos a apoiar todos os doentes da freguesia, fornecendo transporte gratuito, todas as segundas-feiras, para a deslocação ao respectivo centro com vista a visitarem o seu Médico de Família. Em relação ao Lar de Idosos da Freguesia de Cadafaz, graças a Deus e aos Homens a luz já não brilha ao fundo do túnel, mas sim se vislumbra a partir do meio, pois a sua concretização será, a curto prazo, uma realidade.

Varz. – Neste último mandato, desde que tomou posse, quais as principais obras já efectuadas pela Junta?
(CV) – Não assumo obra nenhuma como principal, todas elas, umas com mais projecção, outras com menos, foram dignas do nosso esforço e trabalho. Assim, temos a sensação de dever comprido e a consciência tranquila pois todas as obras e respectivas aldeias tiveram a devida e merecida atenção.

Varz. – Em termos de edifício, a Junta de Freguesia tem o espaço adequado? Ou perspectiva-se alterações?
(CV) – Não perspectivamos alterações, pois o espaço existente ainda é recente, embora pequeno, penso que serve dignamente o fim para que foi criado. Perspectivamos sim a ampliação e restauração da Casa do Convívio de Cadafaz pelo seu estado de degradação em que se encontra e passar-lhe a dar uma utilidade mais válida para a freguesia, criando-se ali um edifício multiusos da mesma.

Varz. – No que se refere a ex-líbris, quais os locais que aconselha visitar na freguesia de Cadafaz?
(CV) – Toda a freguesia por si só, nas suas particularidades, é um ex-líbris para quem a souber apreciar claro.

Varz. – Como define a freguesia?
(CV) – Defino como uma freguesia sem grandes potencialidades Comerciais, Industriais ou Agrícolas que possam garantir aos seus habitantes estabilidade financeira, em comparação a grandes centros mais desenvolvidos. Mas em contrapartida, é possuidora de um potencial humano capaz de fazer inveja a muito poderio económico privilegiado. Foi sempre um povo pacífico, hospitaleiro e pouco exigente, o que por vezes se revela um defeito, pois deveria procurar mais e acomodar-se menos. Dois exemplos disso são de quando no passado se deu a perseguição por parte dos carvoeiros e a respectiva retirada dos terrenos, onde o nosso povo exercia a sua pastorícia, que eram a base da sua subsistência. Estes dois factores contribuíram para a desertificação da freguesia, pois o povo, lutador que era, foi em busca de melhores condições de vida, em vez de exigir os seus direitos. Hoje, com uma população menor na freguesia, acreditamos que se forem criadas as infra-estruturas que se estão a projectar iremos recuperara o perdido e ver a nossa freguesia como uma freguesia modelo em qualidade de vida.

Varz. – Deixe uma frase ao povo Cadafazense.
(CV) – Cadafazenses… Tudo melhora quando um certo número de pessoas decide que deve viver melhor. Tudo muda quando as pessoas se unem para um propósito comum.
Saudações Cadafazenses.
in O Varzeense de 30 de Abril de 2010

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Paula Santa Cruz