quinta-feira, 22 de julho de 2010

Festas de Agosto

Transcrevo um texto escrito pelo Sr. Luciano Nunes dos Reis em que fala como eram as festas de antigamente:

Hoje vou começar por lembrar o que eram as festas de Agosto, em que se destacava a parte religiosa.

 Foto 1

Assim, apresento a foto 1 em que se pode observar parte da procissão em honra de Nossa Senhora das Neves, padroeira da freguesia, com a participação das pessoas que pegavam no pálio, primeiro escolhidas, mas hoje já qualquer um pode ajudar.
O palio é uma peça muito antiga, que ainda faz parte do património da nossa igreja. Esta cerimónia foi presidida pelo excelentíssimo senhor padre Sertório Baptista Martins, hoje Cónego, Reitor da Sé Nova de Coimbra, que também tem a seu cargo a orientação da livraria e o Instituto da Justiça e Paz, meu prezado amigo.
Dos elementos que se vêem na foto, destaco: Guilherme Simões Alves, um dos elementos que zelou pelo património da igreja, até que a doença o levou do nosso convívio, deixando um grande vazio na nossa aldeia – a ele me irei, dentro em breve, referir com a minha singela homenagem; fazendo parte da mesma equipa, vêem-se os meus irmãos Albano Nunes dos Reis e Virgílio Nunes dos Reis, e também António de Almeida, Casimiro Gaspar da Cruz e José Brás, infelizmente todos já falecidos.

   Foto 2

A Foto 2 refere-se ao dia seguinte da festa religiosa, portanto segunda-feira. Depois da festa, a União Recreativa do Cadafaz organizava um piquenique convívio num local em frente da povoação (Boiça), um pequeno espaço em cimento, onde, logo pela manhã, era celebrada uma missa campal por alma dos sócios falecidos e foi sempre celebrada pelo senhor padre Américo, de Folques que gratuita e generosamente sempre se disponibilizou, até que também a ele Deus levou do nosso convívio.
Portanto, a seguir à missa, começava o almoço, para em seguida se dar início ao leilão e, à sombra dos pinheiros e castanheiros, se descascarem umas sonecas.

    Foto 3

E como mostro na foto 3, não podia faltar o bailarico até que chegava o pôr-do-sol e nos esperava já na aldeia a bela sardinhada que se prolongava pela noite fora. Quantas vezes depois se passava ao convívio já nas adegas particulares, saboreando o pão, queijo e presunto, acompanhado do vinho que, no geral, todos se prontificavam em disponibilizar.
Mudam-se os tempos, mas a saudade fica.
Luciano Nunes dos Reis
in O Varzeense de 15 de Agosto de 2004

1 comentário:

  1. Olá Paula. É verdade, mudam-se os tempos, mas felizmente há certas vontades que persistem. A convivência e as festas continuam. Algumas das pessoas é que não estão. Mas se se lembrarem de falar delas, não morrem de todo.
    Beijo

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Paula Santa Cruz