sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Folhas Soltas de Cadafaz por A. Silva

Tencionava desde algum tempo escrever um artigo sobre quem foi Guilherme Simões Alves, natural desta povoação. Aproveito agora a oportunidade visto que lhe foi feita recentemente uma homenagem pela Junta de Freguesia de Cadafaz, cerimónia esta justa e merecida, porque foi um valioso elemento e fez parte integrante de um grupo de homens desta povoação e freguesia a quem muito devemos.
A diferença é que ele agia em terreno inculto, isto é, no centro das dificuldades da época, onde tudo era quase inexistente mas prioritário, no sentido de minimizar as carências das povoações. Sem transportes, sem meios monetários e com as dificuldades de acesso aos grandes centros, mesmo para assuntos inerentes às suas funções, era obrigado a calcorrear os trajectos a pé.
Verifiquei que na homenagem foi referido como político, o que sinceramente nunca nos levou a verificar ser esse o seu ideal ou modo de funcionar com a comunidade (aliás, quem viveu nessa altura deve saber como, e quem era político…) exerceu o cargo de secretário e depois presidente da Junta de Freguesia de Cadafaz desde 1946 a 1975 e creio que a escolha para tal cargo não era condicionada a politica, mas sim na base de individuo de carácter, qualidades pessoais, cultas e Dinâmicas, dispostas a trabalhar para a comunidade sem qualquer regalia remunerativa ou outras.
Ele foi isso e muito mais, a sua acção foi extensiva à parte humanitária, sempre disponível, quer na doença de algum conterrâneo (poucos seriam os que não beneficiaram dos seus serviços de enfermagem) ou qualquer outra situação. Recorde-se a sua ausência de conhecimentos informativos ou outros no meio rural.
Quanto ao desempenho como Presidente de Junta de Freguesia foram inúmeras as obras que nos deixou, tais como: o edifício escolar novo, o moinho eléctrico, lavadouro, estradas, electricidade, etc. Algumas foram em conjunto com a União Recreativa de Cadafaz, da qual era presidente da delegação, nesta povoação e com a colaboração de outras entidades.
Fez também parte da Comissão de Avaliação dos Serv. Financeiros durante alguns anos, entre outros (ver art. J. Varz. Março 2003 L.N.R.) Mas, não está em causa as suas obras, mas sim o seu modo de conviver, ajudar e sobretudo a sua grande humildade, embora fosse de uma cultura invejável para a época.
in O Varzeense de 30 de Novembro de 2010

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Paula Santa Cruz