quinta-feira, 26 de maio de 2011

Folhas Soltas de Cadafaz por A.Silva

Cadafaz acabou… estas foram duas frases que há pouco tempo ouvi, ditas por alguém que não sendo natural ou residente nesta povoação, me pareceu ser conhecedor do passado e presente de Cadafaz.
Confesso, fiquei triste, embora também note isso, mas tento não crer nessa realidade dentro de poucos anos. O facto da diminuição de comunidade é realmente um dos grandes factores – mas isso passa-se em quase todas as aldeias e freguesias e deparamos com algumas ainda mais despovoadas que a nossa.
No entanto verificámos que continuam a ter voz requerendo os seus benefícios num conjunto de amizade e cooperação envolvendo todas as entidades adstritas, colectividades, associações, etc. (Veja-se as noticias nos nossos jornais regionais).
Pelo que também nós não podemos ficar à espera que esta aldeia se transforme numa tebaida. Creio pois que se os nossos jovens meditarem um pouco no futuro e no trabalho dos seus antepassados, em conjunto com os “velhos alicerces” que ainda existem pelo menos em Lisboa, esta povoação vai certamente continuar a resistir. Aliás ela continua a ser uma das grandes privilegiadas pela mãe natureza rica em bens materiais, arboricultura, água e outros proventos essenciais à humanidade. Infelizmente têm sido pouco aproveitados. Também tem esta povoação uma geração de jovens licenciados em várias áreas e isto é sem dúvida muito importante, mas também é necessário a formação e ocupação em outras actividades que deixaram quase de existir, tais como, sapateiros, carpinteiros, electricistas e porque não resineiros e cantoneiros que se dedicavam ao arranjo de pequenos estragos nas estradas ou bermas (deixando talvez de ser tão necessário a vinda de uma equipa e máquinas), felizmente ainda vão resistindo os nossos artificies de alvenaria. Porém, o fundamental para a sobrevivência do ser humano é a agricultura e onde param os nossos mesmo pequenos agricultores? Os idosos foram obrigados a guardar as alfaias e os jovens não sabem ou não lhes é dado incentivos para isso.
Não basta criar subsídios, sem que se verifique, quem, onde e como são empregues. Criaram-se empregos, é certo … como cortadores de ervas daninhas e silvados, passados pouco tempo, ei-las de novo viçosas.
Talvez que esse dispendido em pessoal e máquinas fosse mais aproveitado no cultivo de campos pelo menos nos mais produtivos e com acesso a água.
Parece que o Sr. Secretário de Estado do Desenvolvimento Rural só agora verificou que Portugal tem cerca de 2 milhões de hectares de terra abandonada ou semi abandonada e diz que não pode continuar a ser desperdiçada. Mas de quem será a culpa? Possivelmente, uma parte será dos representantes de grandes ou pequenos centros ou pequenos centros deste país que se tem esquecido de verificar e conhecer o que se passa além do ecrã ou do seu gabinete.
E assim, um pouco por todo o lado, se foi formando um conjunto de desconhecimento ou mera ignorância em quase todos os sectores, com a qual, hoje nos vimos confrontados, como sendo um povo a que designam como sendo “lixo” e a receber repreensões de outros países. Quem diria? Que mais nos reservará o futuro?
Mas, a esperança deverá ser a última coisa a perder e, no que se refere a Cadafaz, vamos confiar na melhor hipótese – o futuro desta povoação está na mão dos jovens. Há pois que ajudá-los e incentivá-los na conservação e progresso da aldeia, tal como fizeram os seus antecessores.

Notícias religiosas
Realizaram-se, no Domingo de Ramos, as cerimónias da bênção de ramos, com procissão e missa: A cerimónia foi bastante participada e contou com a vinda de muitos fiéis da povoação e da freguesia.
No Domingo de Páscoa também houve a celebração de missa e procissão, seguindo-se a Visita Pascal, com muito acompanhamento. Mais uma vez, estamos muito gratos a quem se prontificou a continuar tão digna e antiga tradição.

Almoço de Angariação para as festas anuais
Teve lugar, na Casa de Convívio de Cadafaz, no dia 23 de Abril, um almoço convívio, servido e confeccionado pela “grande família dos Vidais”, visto que, este ano são eles os organizadores dos festejos anuais, a realizar em Agosto. Também é de agradecer a aquém, todos os anos, se vai prontificando para tal responsabilidade e trabalho. Pois, só assim é possível a confraternização com os amigos e familiares, vindo de férias.
in O Varzeense de 15 de Maio de 2011

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Paula Santa Cruz