quarta-feira, 9 de novembro de 2011

União Recreativa do Cadafaz – 1983 – 1986

O Carlos Manuel Martins é de novo convidado e eleito para o lugar de presidente da direcção.
Sem um grande projecto capaz de catalisar a massa associativa, com limitada capacidade financeira, confrontada com uma situação social de austeridade que afecta as realizações tradicionais da colectividade vocacionadas para a angariação de fundos, esta direcção procura os métodos de trabalho adequados ao seu espaço de intervenção, no entanto e apesar de reunir um conjunto de elementos de elevada capacidade, não retira daí os dividendos esperados, as suas vidas profissionais e académicas dificultam a tarefa, pois as questões associativas exigem muito tempo em trabalhos preparatórios e disponibilidades para a sua execução.
As tentativas de organizar excursões deparam com o alheamento da colónia cadafazense, a participação dos associados nos piqueniques e almoços de aniversário desce aos níveis mais baixos, desencorajando os directores.
A colectividade procura junto das autarquias locais a resposta aos anseios da população: limpeza do depósito de água, alargamento do Largo de Stº António, electrificação da zona urbana da estrada da Candosa, alcatroamento do Cruzeiro até aos Portos e rua da escola, casa da professora. A Câmara Municipal executa alguns trabalhos e inclui no plano de actividades outros, a Junta de Freguesia procede à abertura e beneficiação de caminhos e colabora na execução de algumas das obras.
A direcção procura adquirir um imóvel de características tradicionais para instalação de um futuro museu, recebe a oferta de uma casa do Sr. José Henriques de Almeida, mas o projecto não encontra eco entre os cadafazenses, refira-se que algumas das pessoas contactadas para a venda de imóveis pedem valores extremamente elevados, apesar dos edifícios apresentarem sintomas de degradação.
O moinho eléctrico, melhoramento que tanta canseira deu aos seus promotores, coloca problemas de gestão financeiras, pois os hábitos da população alteram-se de forma significativa, são já poucos os que recorrem à broa, agora que tem melhor poder de compra e o pão de trigo é posto à sua disposição diariamente, assim à medida que decresce a procura do serviço, cresce significativamente a taxa de contador e os valores dos consumos de electricidade. A direcção da União desencadeia um conjunto de acções junto da EDP, da Câmara Municipal e Assembleia Municipal, mas vê gorada a possibilidade de atenuar tal situação. O resultado é o maior desânimo na equipa directiva.
A União promove uma reunião com as colectividades da freguesia na perspectiva de retomar a realização de uma festa convívio entre todos, no entanto a falta de hábito de um trabalho inter-colectividades cedo deixou claro a dificuldade em ultrapassar as questões levantadas, as quais no essencial deixavam visível que a maioria das colectividades estava com reduzida capacidade organizativa e sem meios humanos para avançar em actividades mais arrojadas.
Em finais de 1984 o presidente da União desenvolve intensa actividade junto do Conselho Regional da Casa do Conselho de Góis e é eleito para a Comissão de Estudo dos Transportes Rodoviários do Concelho de Góis e mais tarde para a Comissão Promotora da Semana Cultural e Recreativa do Concelho de Góis que vai constituir um assinalável êxito nos anos 1985 e 1986, prestigiando o Cadafaz e a colectividade.
Estas iniciativas têm o mérito de contar com uma ampla participação de jovens goienses e de alguns cadafazenses que colaborando directamente com o coordenador da Semana Cultural acabam por encontrar motivação para um maior empenhamento no regionalismo.
As dificuldades de organização interna fazem com que em 1986 e de 1987 não se realize o tradicional piquenique em Lisboa, apenas tendo lugar o almoço de aniversário e ainda assim com reduzida participação.
À falta de dinâmica da direcção veio juntar-se o facto das obras de beneficiação da Casa do Concelho de Góis se arrastarem durante mais de 1 ano, o que impossibilitou a realização de uma Assembleia Geral que se vinha impondo. Tal situação apresenta aspectos negativos para a colectividade, no entanto levou os cadafazenses a repensar o seu posicionamento face à União e fez despontar o bairrismo e orgulho de alguns dos melhores e mais dedicados elementos da causa regionalista na colectividade, no seu passado de glória e prestígio. Mesmo assim, foi reduzida a participação da Assembleia Geral realizada em 1987, na qual pela 1ª vez a colectividade esteve na eminência de um vazio directivo, face à ausência da lista de candidatos aos seus Corpos Gerentes, no entanto, a compreensão de uns, o espírito de sacrifício de outros, e a consciência colectiva de amor ao Cadafaz e à União Recreativa do Cadafaz, permitiu a constituição e eleição de uma equipa directiva, que tem o grande mérito de ser constituída por pessoas verdadeiramente empenhadas em colaborar nas tarefas do desenvolvimento e engrandecimento do Cadafaz.
    
União Recreativa do Cadafaz,  25 anos da União Recreativa do Cadafaz 1962-1987, Lisboa, 1987


Sem comentários:

Enviar um comentário

Agradeço a sua visita e o seu comentário.
Informo que comentários anónimos não serão publicados.
Paula Santa Cruz