sexta-feira, 8 de abril de 2011

Folhas Soltas de Cadafaz por A.Silva

Quem foi Virgílio Nunes dos Reis?
Era natural da povoação de Cadafaz e foi presidente da Junta de Freguesia de Cadafaz de 1975-1997. Desde muito jovem tomou novos rumos, seguindo para a Guiné, onde constituiu um império, mas sem nunca esquecer a sua aldeia, familiares e amigos. Passados alguns anos decidiu regressar de novo e, eis que mais uma luz volta a brilhar em Cadafaz, devido ao seu grande dinamismo empreendedor e conhecimento industrial. Isto numa altura em que a desertificação na freguesia já era evidente. No entanto tentou dar o seu contributo e esperança à comunidade. E, seguindo algumas das linhas do seu antecessor – Guilherme Simões Alves – continuou a grande “batalha para mais progresso e desenvolvimento em toda a freguesia. Daí as muitas deslocações no seu transporte particular a Góis, Coimbra, Lisboa, etc Note-se que não havia viaturas ao serviço da J. F. para superiores ou funcionários. A verdade é que vários assuntos foram resolvidos e concretizados, como habitualmente alguns com bastantes entraves, só a sua perseverança e conhecimentos pessoais o ajudaram.
Uma das obras, nada fácil, foi a abertura de uma via entre Cadafaz e Candosa para acesso automóvel. Visto ser projectada com inclusão de terrenos de cultivo. Quem é que cedia o seu terreno se nem sequer tinham automóvel? – Mas a obra foi feita e, embora actualmente seja deficiente (estreita) para transportes pesados ainda ninguém fez melhor, pelo menos suprimir algumas curvas. Também a ponte nova, entre Candosa-Colmeal e a Levada de regadio da ribeira do Carvalhal-Candosa, foram obras de grande utilidade para a povoação e não só. Outro grande melhoramento foi a ponte nova entre Tarrastal-Cabreira e acessos a qual veio beneficiar as deslocações à sede do concelho. Também a compra da casa do minério Castelejo, para a qual tinha vários projectos (hoje a degradar-se). A abertura de uma estrada carreteira entre Corterredor e Mestras foi na altura bastante benéfica mas passados cerca de 30(?) anos não foi alcatroada.
No que se refere à povoação de Cadafaz:
- Foi feita a ampliação do Largo de Santo António com colocação de um chafariz.
- Recuperação e ampliação do antigo edifício do Registo Civil e regedor – para serviços administrativos e reuniões da Junta de Freguesia e um gabinete onde foram instalados o Posto Médico,
- Beneficiação com placa e degraus em todos os quelhos e becos da aldeia (onde antigamente se formavam as estrumeiras).
- Fez também a ampliação do cemitério, juntando o novo e o velho e a condução de água para o mesmo.
- Muito mais haveria a enumerar, mas, vou terminar com aquela que seria certamente a sua grande preocupação e expectativa – o inicio das negociações para instalação do primeiro parque para as Torres Eólicas na serra das Malhadinhas, desta freguesia, através do qual se previa algum fundo de manutenção para continuidade das obras que ele tanto ambicionava para a sua aldeia e freguesia.
Era, sem dúvida, devido ao seu grande conhecimento e proficiência a pessoa indicada para tal missão e futuro progresso de Cadafaz. Mas, não faltaram imediatamente, as modernas comissões, organizações etc. e Cadafaz começou a perder a esperança anteriormente adquirida.
Infelizmente, Virgílio Nunes dos Reis pouco mais anos esteve entre nós, e hoje, mais que ontem, verificamos que não só perdemos mais um ser humano, como também um notável cadafazense, ficando a aldeia mais pobre, em progresso e sabedoria. O decorrer dos anos tem-nos dado provas visíveis dessa realidade.
Esperemos que pelo menos sejam preservadas as obras que tão bem concretizou e tanto tem beneficiado toda a freguesia.

in O Varzeense de 30 de Março de 2011

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Paula Santa Cruz