Cadafaz acabou… estas foram duas frases que há pouco tempo ouvi, ditas por alguém que não sendo natural ou residente nesta povoação, me pareceu ser conhecedor do passado e presente de Cadafaz.
Confesso, fiquei triste, embora também note isso, mas tento não crer nessa realidade dentro de poucos anos. O facto da diminuição de comunidade é realmente um dos grandes factores – mas isso passa-se em quase todas as aldeias e freguesias e deparamos com algumas ainda mais despovoadas que a nossa.
No entanto verificámos que continuam a ter voz requerendo os seus benefícios num conjunto de amizade e cooperação envolvendo todas as entidades adstritas, colectividades, associações, etc. (Veja-se as noticias nos nossos jornais regionais).
Pelo que também nós não podemos ficar à espera que esta aldeia se transforme numa tebaida. Creio pois que se os nossos jovens meditarem um pouco no futuro e no trabalho dos seus antepassados, em conjunto com os “velhos alicerces” que ainda existem pelo menos em Lisboa, esta povoação vai certamente continuar a resistir. Aliás ela continua a ser uma das grandes privilegiadas pela mãe natureza rica em bens materiais, arboricultura, água e outros proventos essenciais à humanidade. Infelizmente têm sido pouco aproveitados. Também tem esta povoação uma geração de jovens licenciados em várias áreas e isto é sem dúvida muito importante, mas também é necessário a formação e ocupação em outras actividades que deixaram quase de existir, tais como, sapateiros, carpinteiros, electricistas e porque não resineiros e cantoneiros que se dedicavam ao arranjo de pequenos estragos nas estradas ou bermas (deixando talvez de ser tão necessário a vinda de uma equipa e máquinas), felizmente ainda vão resistindo os nossos artificies de alvenaria. Porém, o fundamental para a sobrevivência do ser humano é a agricultura e onde param os nossos mesmo pequenos agricultores? Os idosos foram obrigados a guardar as alfaias e os jovens não sabem ou não lhes é dado incentivos para isso.
Não basta criar subsídios, sem que se verifique, quem, onde e como são empregues. Criaram-se empregos, é certo … como cortadores de ervas daninhas e silvados, passados pouco tempo, ei-las de novo viçosas.
Talvez que esse dispendido em pessoal e máquinas fosse mais aproveitado no cultivo de campos pelo menos nos mais produtivos e com acesso a água.
Parece que o Sr. Secretário de Estado do Desenvolvimento Rural só agora verificou que Portugal tem cerca de 2 milhões de hectares de terra abandonada ou semi abandonada e diz que não pode continuar a ser desperdiçada. Mas de quem será a culpa? Possivelmente, uma parte será dos representantes de grandes ou pequenos centros ou pequenos centros deste país que se tem esquecido de verificar e conhecer o que se passa além do ecrã ou do seu gabinete.
E assim, um pouco por todo o lado, se foi formando um conjunto de desconhecimento ou mera ignorância em quase todos os sectores, com a qual, hoje nos vimos confrontados, como sendo um povo a que designam como sendo “lixo” e a receber repreensões de outros países. Quem diria? Que mais nos reservará o futuro?
Mas, a esperança deverá ser a última coisa a perder e, no que se refere a Cadafaz, vamos confiar na melhor hipótese – o futuro desta povoação está na mão dos jovens. Há pois que ajudá-los e incentivá-los na conservação e progresso da aldeia, tal como fizeram os seus antecessores.
Notícias religiosas
Realizaram-se, no Domingo de Ramos, as cerimónias da bênção de ramos, com procissão e missa: A cerimónia foi bastante participada e contou com a vinda de muitos fiéis da povoação e da freguesia.
No Domingo de Páscoa também houve a celebração de missa e procissão, seguindo-se a Visita Pascal, com muito acompanhamento. Mais uma vez, estamos muito gratos a quem se prontificou a continuar tão digna e antiga tradição.
Almoço de Angariação para as festas anuais
Teve lugar, na Casa de Convívio de Cadafaz, no dia 23 de Abril, um almoço convívio, servido e confeccionado pela “grande família dos Vidais”, visto que, este ano são eles os organizadores dos festejos anuais, a realizar em Agosto. Também é de agradecer a aquém, todos os anos, se vai prontificando para tal responsabilidade e trabalho. Pois, só assim é possível a confraternização com os amigos e familiares, vindo de férias.
in O Varzeense de 15 de Maio de 2011
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Paula Santa Cruz