quarta-feira, 25 de julho de 2018

Folhas Soltas de Cadafaz por A. Silva


Temas e Problemas
Seria Milagre de Santo António?

A verdade é que alguns dias antes da sua festividade verificamos a grande azáfama na via entre Cadafaz e Candosa e inédito desta vez não era o habitual “tapa aqui tapa ali,” mas sim a tão ambicionada cobertura de alcatrão. Julgo que a primeira desde a sua construção em 1981/82 na mesma altura em que foram feitas as pontes novas de ligação entre Candosa-Colmeal e Tarrastal - Cabreira. Foi uma época em que a Junta de Freguesia funcionou em pleno criando serviços e obras com bastante mérito.
Em relação à via presentemente beneficiada, talvez fosse altura de mudar para outra via ou estradão a passagem dos grandes veículos de transportes de madeiras, inclusivamente o trajeto atual passa em parte da povoação numa zona bastante estreita sem bermas sendo um local perigoso. Caso contrário também o serviço e dispêndio feitos pouco tempo vão beneficiar afinal os residentes e o trânsito automóvel. Oxalá que para completar o alindamento da via sejam repostas novas placas ou recuperadas as existentes.
Também as estradas vicinais ou carreteiras e atalhos e fontes em redor da povoação (julgo que de competência da União de Freguesias, pelo menos assim mencionadas no programa) estão intransitáveis, ainda não viram uma única limpeza, situação que nos leva a impedir de circular ou até tratar os pequenos canteiros. Onde está afina o exemplo da Limpeza? Não devia também esta ter em atenção os acessos em redor da povoação?...
Cadafaz não merece estar a ser uma povoação quase incógnita claro que o tema é sempre o mesmo, falta de comunidade e portanto “não se justifica” fazer algo em prol dos ainda residentes ou visitantes.
Creio pessoalmente ser um prognóstico desolador e desajustado para mentes modernas e futuras. Primeiro porque estamos ainda hoje a beneficiar de bens comunitários como a luz, a água ao domicílio, estradas, obras implantadas há varias décadas e com tanto sacrifício monetário e humano. No entanto, os seus pioneiros tinham a certeza que não seria só para enquanto eles vivessem mas sim para o futuro dos vindouros... Esta seria uma razão para os seus descendentes pensarem numa continuidade futura e não no abreviamento do declínio. Aliás tem esta povoação, tal como tantas outras, uma grande parte das suas gentes espalhadas por vários pontos do País e não só, alguns dos quais quem sabe se um dia não gostariam de regressar às origens. Mas por esta ordem de iniciativas, sem incentivos, não ficam felizes com o que se lhes depara.
Verificamos nas notícias da imprensa que o nosso Concelho é constantemente centro das mais variadas atividades e visitantes, o que de alguma forma devemos elogiar, mas o Concelho não se limita ao perímetro em redor da Vila, é também todo o resto que ainda tem comunidade e de alguma forma contribui com os seus impostos inclusive os muitos idosos. Por que não sair de Paço incluindo e mostrando o que se passa nas povoações para além do alcance dos montes e vales...
E aqui vejamos o que ainda se está a passar em relação aos fogos com as pessoas quase a pedirem uma esmola dum bem que tem direito. “Infeliz- mente as promessas fazem parte de um coro triste e desalinhado retirado de pautas anteriores só para revelação de campanhas eleitorais”.
Concluindo: Para que nem tudo pareça perdido, há a salientar a continuidade das festividades religiosas em Cadafaz de veneração a S. José, em março, com a celebração de missa. - Na Sr.ª de Fátima com missa Procissão e leilão - Corpo de Deus em maio com a Procissão, onde não faltou a habitual passadeira de flores e verdura - O Sagrado Coração de Jesus com missa e em 17 de junho o Santo António com missa e leilão, felizmente ainda se juntou um razoável grupo de presenças. A cerimónia foi celebrada pelo Senhor Pe. Pedro que confraternizando em conjunto com a exígua comunidade deu mais realce e boa disposição. Inclusivamente houve hipótese de verificar e relembrar a possível execução do trabalho de restauração do teto e retábulo da Capela de Santo António, uma relíquia do sec. XVI. Deus queira seja uma realidade.

in o Varzeense de 15.07.2018

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Paula Santa Cruz