quinta-feira, 29 de dezembro de 2022

𝗢 𝗰𝗲𝗻𝘁𝗲𝗻𝗮́𝗿𝗶𝗼 𝗱𝗼 𝗻𝗮𝘀𝗰𝗶𝗺𝗲𝗻𝘁𝗼 𝗱𝗼 𝗧𝗲𝗻𝗲𝗻𝘁𝗲-𝗖𝗼𝗿𝗼𝗻𝗲𝗹 𝗔𝗺𝗲́𝗿𝗶𝗰𝗼 𝗔𝗹𝘃𝗲𝘀 𝗠𝗮𝗿𝘁𝗶𝗻𝘀

 

Foto de Carlos Martins

Ontem dia 28 de dezembro celebrou-se o centenário do nascimento do Tenente-Coronel Américo Alves Martins, seu neto, Carlos Martins, homenageou-o com um texto que transcrevo:

propósito do centenário do seu nascimento, proponho aqui relembrar a vida singular e extraordinária do Tenente-Coronel Américo Alves Martins, um ilustre Regionalista.

A 28 de Dezembro de 1922 nascia Américo na freguesia do Cadafaz, Góis, filho de Generosa dos Prazeres e José Maria, a meio do hiato de Paz que intermediou as duas Grandes Guerras que assolaram o continente europeu durante o século XX. Cedo ingressou no Seminário de Coimbra, uma das poucas formas possíveis de fugir ao analfabetismo e à vida árdua da lavoura e do trabalho nas minas de volfrâmio. Não chegaria, porém, a concluir os estudos teológicos e casou a 5 de Abril de 1948 com Elvira, natural de Aveiro, com quem teve um filho, José António.
Foi no Exército Português por que conheceu o mundo, numa altura onde a globalização se fazia ainda no contexto dos limites do império português ultramarino, com longas e duras viagens. Fez várias comissões de serviço nas colónias portuguesas da altura, incluindo na Índia, em Moçambique e na Guiné. Teve uma carreira distinta como militar, tendo atingido o posto de Tenente-Coronel e obtido várias condecorações e louvores. Já em Portugal, exerceu o cargo de comandante do Batalhão da Graça e do Quartel de Adidos, em Lisboa. Em Águeda, foi também docente no Instituto Superior Militar.
E foi precisamente na Guiné onde foi 2º Comandante da PSP que alargou as actividades para a área da comunicação, sendo Director do Programa de rádio das Forças Armadas. Posteriormente, já na área do jornalismo, foi responsável pelo “Notícias da Guiné”, correspondente da agência de notícias “Lusitânia” e correspondente do jornal “A Bola”; chegou ainda a ser Presidente da Comissão Provincial de Árbitros. Em Moçambique, foi repórter desportivo do Diário de Lourenço Marques. Ao longo de toda a sua vida nunca esqueceu as suas raízes, colaborando como distinto cronista em jornais regionais como A Comarca de Arganil, Jornal de Arganil e Jornal O Varzeense.
Apesar de ter abraçado o mundo em inúmeras viagens, sendo um actor global em tempos de grandes limitações de liberdade e comunicação, sempre se caracterizou por uma enorme defesa da sua região, abraçando o movimento Regionalista que já naquela época apelava à descentralização como forma de promoção do desenvolvimento local, dotando as regiões mais afastadas dos centros de decisão de capacidade para alcançar o seu máximo potencial. A defesa acérrima e indefectível da sua região foi mais tarde concretizada tornando-se Presidente da Liga de Melhoramentos da Freguesia do Cadafaz e da União Recreativa do Cadafaz, levando à sua terra a sua visão do movimento Regionalista que em Portugal teve o seu início entre o fim da I República e o início do Estado Novo.
Após o seu desaparecimento a 10 de Março de 1993 as gentes do Cadafaz prestaram um tributo ao seu ilustre filho da terra, erguendo um busto à entrada da localidade que perpetua a sua memória.

in https://www.facebook.com/badmartins

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Paula Santa Cruz