sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Folhas Soltas de Cadafaz por A.Silva

Reconhecimento
Como tem sido habitual, nestes últimos anos, os serviços de telefone deixam muito a desejar, na qualidade do seu atendimento ao assinante, sendo quase um milagre, levantar o auscultador e ter linha.
Alias, já por várias vezes, tenho feito referência a esta situação, quer através dos próprios serviços, imprensa ou junto das entidades responsáveis, por esta povoação, sede de freguesia do concelho de Góis.
Porém as promessas confusas, evasivas e até desconhecimento, levam-nos a crer que, mais uma vez, ficámos enganados e o tempo (anos) tem decorrido sem qualquer resolução – telefone fixo ou rede móvel extensiva a toda a povoação – tal como tem sido solucionado noutros locais do concelho.
Desta vez, a povoação ficou sem comunicação desde o dia 8 até ao dia 18 de Janeiro e, quando menciono dia 18 é porque certamente a situação se manteria se… num dos nossos “lamentos” não tivéssemos a sorte de encontrar presente uma senhora que nem sequer nos conhecia, que depois de saber do problema, tratando-se de uma aldeia onde a maior parte vive só e idosos cuja companhia é o telefone, imediatamente através do seu telemóvel (16/17 horas), não desistiu enquanto não contactou os serviços ou alguém que nos ajudasse. E no dia seguinte, de manhã os telefones funcionavam, em toda a povoação.
Sinceramente, não encontro palavras de agradecimento, nem sequer sei o nome da bondosa senhora, mas, através destas linhas enviamos o nosso muito sincero reconhecimento de bem haja, pelo que se interessou por nós e pela restante comunidade de Cadafaz.
Indignação
Se sinto o grande reconhecimento por quem tão amavelmente nos ajudou sem qualquer obrigação, também sinto indignação porque neste espaço de tempo não houve sequer da parte dos elementos responsáveis desta freguesia, qualquer explicação ou saber se era necessário alguma coisa, visto como já mencionei ser uma comunidades carente.
Mas compreende-se, impera o desconhecimento primeiro porque os serviços a que temos direito J. Freg. não funcionam na sede só em reuniões especiais ou ao domingo cerca de 2 horas. Por outro lado nenhum dos responsáveis reside na povoação e certamente no Esporão – Góis – Lisboa, etc. não lhes surgem estas situações.
Nota-se que, neste período de tempo, houve um falecimento, o que levou os familiares a uma maior preocupação no contacto dos assuntos inerentes.
Também no dia 20 foi necessário chamar uma ambulância para esta povoação. Felizmente que já havia contacto telefónico.
Claro que isto são situações imprevisíveis. Mas, creio que, um pouco mais de atenção e respeito pelos que ainda tentam resistir nas aldeias não lhes ficaria nada mal. Até porque eles já não pedem muito, apenas aquilo a que a sociedade lhes dá direito.
in O Varzeense de 30 de Janeiro de 2011

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Paula Santa Cruz