terça-feira, 29 de novembro de 2011

Folhas Soltas de Cadafaz por A.Silva

SONHOS QUE FICARAM POR CONCRETIZAR
- Sonhar, faz parte de uma das funções da mente humana. E é a “Sonhar Acordado” que muitas vezes se idealizam grandes projetos, embora, por vezes, pareçam difíceis ou morosos, aliados a uma grande força de vontade e cooperação, tudo se vai conseguindo. A não ser que… Deus encurte a estrada da vida, já que é uma incógnita, que ninguém tem o dom de adivinhar. E, foi certamente o que surgiu para muitos dos grandes empreendedores desta povoação, não os deixando realizar os sonhos para a sua aldeia.
Verificamos, por exemplo, nos últimos 70/80 anos – Cláudio do Santos, primeiro Presidente da Liga de Melhoramentos da Freguesia de Cadafaz e outros elementos também de renome, em 1932, já lutavam pela célebre estrada de Góis-Cebola, e curioso… uma Farmácia na sede de freguesia, além de outros benefícios (alguns dos quais concretizados).
Em 1976 – Armindo Simões Nunes – transmitia a ideia de restaurar o Lagar dos Portos, em Cadafaz, afim de ser utilizado para turismo. –Projeto idêntico para a Relvas em 1986, por Manuel Joaquim Almeida, natural daquela aldeia pensava construir um edifício habitacional bem equipado e reconstrução das restantes habitações para fins turísticos, (aqui parece que imperou a burocracia). Mas também a do Minério no Castelejo esteve no pensamento de Fernando Simões e Virgílio Nunes dos Reis para as mesmas funções.
Em 1987 – Américo Alves Martins – relembra o tão desejado Museu em Cadafaz.
Em 1991 – Virgílio Nunes dos Reis, pede mais uma vez o alcatroamento da estrada Corterredor – Mestras.
Em 1992 – Américo Alves Martins, alerta mais uma vez o estado da Estrada térrea do Cadafaz ao Selade do Braçal, para quando o seu alcatroamento?
Havia muitos mais a enumerar, porém, passadas algumas décadas, tudo continua na mesma, esquecidos, sem qualquer começo ou continuidade. E no que se refere à parte do Turismo, talvez por azar, desconhecimento, ou falta de interesse da parte dos recentes representantes desta comunidade nunca foi conhecido qualquer interesse neste sentido. Embora nos últimos anos tenhamos assistido a grandes recuperações em aldeias de xisto, em zonas do Concelho, e onde nem sequer existem grandes comunidades, antes pelo contrário (o certo é que até os currais foram recuperados) e de vez em quando, alguém as vai engalanando, quanto mais não seja para justificar o seu dispêndio. Quantos pequenos benefícios se teriam feito nas freguesias do concelho.
Mas, vamos continuando a acalentar esta continuidade, pouco prospera, triste e solidária, onde alguns dos benefícios mais preciosos não têm sido concretizados. E, hoje com os tempos de crise com que nos presentearam pior será. A verdade é que não ansiamos obras faustosas de pompa e circunstância – essas já foram demais, nos últimos anos. Precisamos sim de obras feitas qua ainda nos venham a beneficiar no pouco tempo que nos resta, tais como: a recuperação do lavadouro público, prestes a ruir; um tanque de água próximo da povoação de Cadafaz, para apoio em situações de incêndio, já que nem sequer as bocas de incêndio colocadas há anos dentro da povoação têm sido revistas de modo a funcionarem; alcatroamento da atrás mencionada estrada de Cadafaz-Selade do Braçal, cerca de 6 quilómetros, e que beneficiaria também outras povoações e que, segundo consta, está dada como alcatroada, o que não corresponde à realidade (vasta verificar pessoalmente).
Quanto a servos públicos continuam cada vez mais em degradação. Os serviços da PT deixam a comunidade mais tempo sem comunicações que de atendimento. A rede móvel também parece ser mais uma das promessas dos nossos representantes.
Sobre o serviço do correio, como já tenho mencionado noutros artigos, foi retirada a caixa de receção para envio, o que nos leva a esperar (se puder deslocar-se) em local onde o funcionário passar e aqui devo salientar que estas caixas, hoje retiradas, foram pagas pelas comunidades. Por exemplo, a de Capelo, em 1936 custou 50$00, hoje é uma “pechincha”, mas ontem era dinheiro.
Concluindo: muito se fala do idoso, mas não basta dar-lhe de comer e distrações ilusórias. Eles foram os homens e mulheres que nos anos atrás lutaram por uma continuidade de vida mais profícua e não pela desatenção em que estão ficando. Inclusive no caso de assunto urgente (doença), etc. nem sequer os serviços por eles eleitos estão presentes ou disponíveis, ou estão… de oito em oito dias das 10 às 12. O que nos resta, se tivermos tempo, é deitar e esperar… esperar que um vizinho chame a voz do sino que era antigamente a voz do povo.
Para que nos servem afinal as novas tecnologias de que estamos rodeados?...
in O Varzeense de 15 de Novembro de 2011


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Paula Santa Cruz