REVER-RELEMBRANDO
“Em Fevereiro de 1941 o País foi
atravessado por um ciclone terrível, em que houve imensos estragos. Vistos e
ponderados os estragos foi enviado requerimento a solicitar ajuda para a
reconstrução da Ponte da Sandinha sobre o rio Ceira, pelo que foi cedida a
verba de 11.000$00. Sendo também adquirida a verba de 4.000$00, na venda de
cepas.
Neste ano foi nomeado Manuel
Francisco Jorge, para Delegado da Comissão Base XL -Lei 1971 de 5-6-1938,
referente ao perímetro de Góis submetido ao Regime Florestal.
Procedeu-se também à distribuição
da verba respeitante ao Imposto Braçal, assim distribuída: Cadafaz - 290$00,
Candosa - 150$00 - Capelo - 150$00, Sandinha - 180$00, Cabreira - 250$00,
Tarrastal e Relvas - 150$00, Mestras - 150$00,
Corterredor - 180S00, e pagamento de um carimbo para Escola 10S00.
É feito um voto de louvor a
Manuel Martins dos Santos por ter cedido a sala da sua casa para reuniões da
Junta de Freguesia... Nota: Esta situação foi idêntica a mais presidentes.
Em 1944, deve ter havido mudança
de elementos da junta sendo nomeado Presidente Guilherme Simões Alves até 1974.
Como era habitual havia em cada
povoação - uma pessoa que fiscalizava e orientava os trabalhos e reparações dos
caminhos (exemplo que devia ser seguido atualmente) - por isso recebia uma
gratificação, assim foi feita a seguinte distribuição: Manuel Francisco Jorge -
500$00 -Cadafaz, Cipriano Serafim Ramos - 130S00 - Candosa, António Marques de
Almeida - 120S00 - Capelo, Joaquim Francisco Alves Muro - 140S00 - Sandinha,
Casimiro Rodrigues Alves - 220$00 – Cabreira, António Afonso Neves - 120$00 -
Tarrastal, Alcindo Alves - 120$00 - Mestras, Luís Gonçalves Almeida - 150$00 - Corterredor.
Verbas também provenientes da jeira braçal e venda de cepas. Daí as
consequências, sobre a guerra dos carvoeiros...
Em, 1945, a velha Escola sofreu
as primeiras modificações em virtude da anterior criação de escola mista já
estar a funcionar num edifício para tal edificado oferta de um benemérito da
Freguesia J.D.A.B. em 1922. Assim o anterior edifício foi para obras,
pagando-se a Manuel Francisco Jorge a importância de 500$00, foi adaptado a
sede da Junta de Freguesia e Registo Civil.
Em 1971 foi inaugurado outro
edifício Escolar com condições adequadas, poucos anos funcionou tal como os
restantes devido à falta de alunos. Passado anos o edifício onde funcionou o
Registo Civil, foi de novo recuperado e modificado pelo então atual Presidente
Virgílio Nunes dos Reis, 1974- 1997, funcionando com instalações da Junta de
Freguesia - Posto Médico - Posto do Registo Civil e Sala de Estar. Seguiram-se
outras entidades na Junta de Freguesia, Prof. Daniel Neves até 2005 e Casimiro Alves
Vicente até 2013. Também estes, idealizaram alguns feitos, mas os essenciais à
comunidade foram perdidos. Como o Posto Médico, Caixa do Correio, Serviços aos
utentes na povoação etc.
Note-se que embora só mencione a
Junta de Freguesia após a Separação Igreja-Estado, a verdade é que continuou
uma grande interligação entre as outras Entidades como a Junta da Paróquia,
(atual Fábrica da Igreja) Liga de Melhoramentos, Associações Recreativas
inclusive as Entidades das Freguesias vizinhas e a comprovar depararmos com
informações, convites, etc.
Eis este curioso... “Em 14 de Agosto
de 1938, foi recebido um ofício do Colmeal nesta Junta de Freguesia - Em face
dos desentendimentos entre os habitantes desta e daquela freguesia, na parte
que limita esta povoação com a do Carvalhal, foram esta e aquela Junta no dia
13 do corrente proceder à sua demarcação que assim ficou determinado: Partindo
da Ribeira do Carvalhal de junto à fazenda do Carteiro pelo viso da Penitencia
até ao Fojo, estrada que liga esta ao Carvalhal, partindo dali aos Cadavais
entre as duas levadas que vem do Sardão onde se encontram os respetivos marcos
seguindo dali pela parte da estrada do Rebolo à Ribeira do Sardão e nesta nos
castanheiros que pertencem aos herdeiros de Joaquim Francisco, pelo viso da
Beliteira onde estão ao marcos, seguindo dali à encosta ao barroco da
Tarrastosa, junto a estrada e segue a linha da serra. CONCLUINDO: O meu resumo
histórico já vai longo, e o presente já não tem história para eu contar...
talvez que os vindouros ainda encontrem, algo que lhes mereça a atenção que
estes me mereceram. Talvez também porque ainda conheci ou conheço ainda alguns
destes grandes Cadafazenses, pretendo
que seja este um preito de homenagem
publicando pequenos resumos do seu profícuo trabalho, em épocas e locais quase
remotos, sem verbas onerosas, sem meios de comunicação. Também esta publicação
só é possível graças a quem teve a feliz ideia de recortar e guardar artigos há
muito publicados na Imprensa e outros apontamentos; pessoais que eu com o
devido respeito pelos intervenientes, e por Cadafaz muito agradeço.
Cadafaz, 2018
in O Varzeense de 15/03/2019
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Paula Santa Cruz