sábado, 21 de novembro de 2009

Folhas Soltas de Cadafaz por A.Silva

Um pouco por todo o lado fomos confrontados com o movimento eleitoral, porém, agora, que voltámos ao habitual e sossegado ambiente das aldeias e às saudáveis conversas rurais sem a convicção de que tudo era observado com critério político e talvez certa desconfiança, ser A ou B meramente espectador era a grande incógnita. E embora reconheça que é um dever cívico de qualquer cidadão, não posso deixar de admirar como, em pequenos núcleos comunitários, em que na maior parte das vezes só nestas alturas é que são reencontrados no mapa, consigam viver tão intensamente os actos eleitorais. É certo que estes são decisivos para a governação de um país mas também é certo que sendo já tão repetitivo (18), não nos podem causar grande admiração ou Esperança e, quanto a esta, cada vez vai ficando mais distante da nossa imaginação ou compreensão, visto que com tantas promessas e tão poucos benefícios vamos ficando desiludidos.
Mas o povo parece ter necessidade de esquecer as dificuldades pessoais, laborais ou monetárias e foi o que aconteceu, mais uma vez, neste curto espaço de tempo em que não faltaram afazeres, música e demonstrações expansivas de carinho, nem que fosse apenas só para imagem televisiva, onde nem sequer a tão falada crise conseguiu entristecer os ânimos mais fracos. Mas… decorridos apenas quatro dias em que o povo ainda estava descansado surgem os amargos bombons reservados por alguém para depois da festa.
Num dos jornais diários 19-10 falando sobre a segurança social, inflação ameaça baixar as reformas em 2010 (por enquanto em estudo) o recomeço dos despedimentos em grandes empresas, o aumento da electricidade, etc. Mas também a estes factos já nos fomos habituando e enquanto os pobres reformados que trabalharam e descontaram tiverem um mísero cêntimo no bolso terão de contribuir para a caixinha das esmolas ou impostos de modo a atenuar a falta de recursos deste nosso Portugal. No entanto, para muitos de nós fica no ar uma dúvida. Se: - realmente estamos em crise-pobreza-fome- desemprego.
Quem seria o grande benemérito a pagar os milhares de euros gastos com as campanhas e não só durante todo este tempo?
Cadafaz, Outubro de 2009.
in O Varzeense, de 15 de Novembro de 2009

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Paula Santa Cruz